Thursday, November 10, 2005

Incapacidades...

E porque não? Aqui vai um pequeno poema, com alguns anos...

Pediste-me que descrevesse o teu sorriso
Mas as minhas ocas palavras
Não souberam dizer o que o coração queria.
Falei do calor que trespassava o teu riso,
Comparei-o ao sol que brilha.
Tentei e não consegui trasmitir o que sentia.

Agora, só no meu quarto
Penso no que poderia ter dito.
Poderia ter falado da noite,
Do dia, do prazer infinito
Que tu podes trazer no dia-a-dia,
Quando, ao me ver, me falas a sorrir
Dando-me, sem mesmo eu o pedir,
Mais do que qualquer outra poderia.

3 comments:

O_Corrosivo said...

Muito bem... Este é de outra liga. Podemos nós comuns mortais ficar a ver como se faz???

O_Corrosivo said...

Já agora só um reparo.... o nome!!! ...bah.... poderia ser mais apropriado!!

Very Unlucky Guy said...

Tenho que discordar! Em tudo!
Primeiro a "outra liga"... nahh, não me parece.
Depois o ficar a ver. Crime horrendo! Ninguém fica a ver, todos escrevem!
Depois o nome. Pode não ser o melhor de todos, mas o poema é sobre incapacidades: a incapacidade da língua para explicar algo que a transcende e a incapacidade do "poeta" (ou pateta?) para se lembrar das palavras certas na altura certa (a mim acontece-me...). Só em muito última instância é um poema de amor, um poema romântico (mas é, tenho que o confessar).