Thursday, June 14, 2007

A cereja no cimo do bolo

De onde estava conseguia vislumbrar aqueles que deviam ser os lábios mais apetitosos que alguma vez tinha visto.
Carnudos, sensuais, pintados de um vermelho bem quente, muito bem delineados, intensos.
A boca levemente entreaberta (como a de quem suga um liquido) deixava antever uns dentes de um branco imaculado, que se podia dizer que representavam a cereja no cimo do bolo.
Pensou então - Sinto-me derreter, ...mas também ... podia morrer agora que já ia feliz.

E assim foi... a rapariga depois de ter acabado de beber a coca-cola, trincou delicadamente o cubo de gelo e apreciou cada segundo de frescura que este lhe proporcionou.

Thursday, June 07, 2007

Histórias para crianças... ou talvez não

Os sete anões iam para casa, ao encontro da sempre jovem e eternamente bela Branca de Neve. Esta esperava-os pacientemente, com uma bela refeição que tinha acabado de confeccionar. Até o Zangado ia menos zangado pois era um dia solarengo, o trabalho não tinha sido muito árduo mas tinha sido compensador e tudo corria indescritivelmente bem.
Espantado, o Sabichão parou, apontou para uma figura que passou por eles a correr muito depressa e exclamou:
- Olhem, é o Gato das Botas! Porque irá a correr assim?...
Antes que tivesse tempo de acabar a frase, um gigantesco pé do GIgante abateu-se sobre os anões, esborrachando-os todos sem escapar um.

Moral: Se virem pasar o Gato das Botas fugindo a correr, fujam ainda mais depressa do que ele.

Wednesday, June 06, 2007

Amor à primeira vista

Ela olhou para ele. Tinha um aspecto tão forte, e ao mesmo tempo tão suave... Não conseguia esperar por sentir a sua carícia, queria sentir o seu toque forte e firme. Estava apaixonada, não valia a pena resistir.
Entrou na loja e comprou o sapato, saindo com ele já calçado.

Friday, June 01, 2007

Um dia perfeito

Calmamente prostrou-se no solo aproveitando os raios de sol que enchiam as redondezas.
Era o seu local favorito e ia ali sempre que podia. Adorava sentir o sabor das pequeníssimas gotas de água na boca e o melhor de tudo era o ruído da água a bater na água. Era reconfortante e relaxante o ruído daquela pequena cascata.
Ali estava ele a aproveitar aquele momento perfeito e na tentativa de o tornar mais perfeito, pensou no que poderia melhorar e lembrou-se de como certas pessoas iriam logo afirmar que para ser ainda mais perfeito aquele momento exigiria um cigarro.

Com esta lembrança veio a memória de todos os seus amigos e familiares que tinham sofrido e morrido por causa desse mau hábito. Não conseguia entender o porquê, quando já tinha ali a perfeição. E mais ainda, não conseguia entender também quem além de fumar ainda por cima tentava levar os outro a fazê-lo.
No meio de tudo isto distinguiu um ruído que apesar de familiar mexeu consigo, era uma mosca. Pronto estava tudo estragado, agora ia de certeza pôr-se para ali a esvoaçar e já não iria conseguir usufruir daquela paz. Tinha que fazer o que tinha que ser feito. Com alguma calma desviou o olhar para a trajectória da mosca e rapidamente a conseguiu apanhar. Não era das mais saborosas, mas já era qualquer coisa. Lançou-se à água e nadou para longe para ao pé dos seus companheiros, meditando ainda sobre a paranóia das pessoas que gostavam de ver um sapo a rebentar com um cigarro na boca.