Friday, June 01, 2007

Um dia perfeito

Calmamente prostrou-se no solo aproveitando os raios de sol que enchiam as redondezas.
Era o seu local favorito e ia ali sempre que podia. Adorava sentir o sabor das pequeníssimas gotas de água na boca e o melhor de tudo era o ruído da água a bater na água. Era reconfortante e relaxante o ruído daquela pequena cascata.
Ali estava ele a aproveitar aquele momento perfeito e na tentativa de o tornar mais perfeito, pensou no que poderia melhorar e lembrou-se de como certas pessoas iriam logo afirmar que para ser ainda mais perfeito aquele momento exigiria um cigarro.

Com esta lembrança veio a memória de todos os seus amigos e familiares que tinham sofrido e morrido por causa desse mau hábito. Não conseguia entender o porquê, quando já tinha ali a perfeição. E mais ainda, não conseguia entender também quem além de fumar ainda por cima tentava levar os outro a fazê-lo.
No meio de tudo isto distinguiu um ruído que apesar de familiar mexeu consigo, era uma mosca. Pronto estava tudo estragado, agora ia de certeza pôr-se para ali a esvoaçar e já não iria conseguir usufruir daquela paz. Tinha que fazer o que tinha que ser feito. Com alguma calma desviou o olhar para a trajectória da mosca e rapidamente a conseguiu apanhar. Não era das mais saborosas, mas já era qualquer coisa. Lançou-se à água e nadou para longe para ao pé dos seus companheiros, meditando ainda sobre a paranóia das pessoas que gostavam de ver um sapo a rebentar com um cigarro na boca.

2 comments:

Very Unlucky Guy said...
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Very Unlucky Guy said...

Pobre sapo!!! Também não compreendo essas pesoas e nem sequer sou sapo! Nem sequer compreendo as pessoas que gostam de se ver morrer a si próprias ou de ver morrer os seus familiares e amigos com cancro de pulmão... mas se calhar o problema é meu...