O pobre rapaz fugia, fustigando o cavalo com a força do desespero, olhando de vez em quando para trás para ver se se aproximavam os índios que o perseguiam. Não chegara a perceber o porqê daquela perseguição, mas também não parara para perguntar: ao ver o grupo de índios precipitar-se aos berros para o seu pequeno improvisado acampamento, largara tudo montara no seu cavalo e fugira a toda a velocidade.
A montada corria como o vento, a galope largo, mas mesmo assim não se conseguia distanciar dos seus perseguidores. E ainda por cima, com a pressa de fugir tinha deixado para trás o cinturão com a sua arma. Agora, a sua única esperança era conseguir escapar, mas parecia-lhe pouco provável que o conseguisse.
Cada segundo que passava os índios acrecavam-se mais do desgraçado que, aterrorizado, fazia os impossíveis por dar asas ao seu corcel. Finalmente após alguns minutos de violenta perseguição, um índio deitou-lhe a mão às rédeas do cavalo e obrigou este a parar. Desmontou, preparado para defender-se o melhor que pudesse desarmado como estava e viu os restantes índios, que entretanto também o tinham apanhado, desmontar à sua frente, Escoroaçado pelo seu número, baixou os braços e ouviu num inglês muito escorreito:
- Finalmente conseguimos apanhá-lo. Pediram-nos, na cidade, que já que vinhamos para estas bandas lhe entregássemos esta carta da sua Mãezinha.
E o índio, com um sorriso, estendeu-lhe um envelope cor-de-rosa, devidamente selado.
Wednesday, November 23, 2005
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1 comment:
Excelente, gostei especialmente do pormenor do envelope cor-de-rosa.
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