Wednesday, September 10, 2008

Promete-me que melhoras depressa!!!



Um dia durante mais um daqueles passeios que costumava dar pela mata de Monsanto quando sentia que algo na sua vida não estava bem, Joana viu um pequeno coelho muito parado, que contrariamente ao que era costume não fugiu quando esta se aproximou.
Ao fim de uns segundos conseguiu aproximar-se que chegue para lhe fazer uma festa.
Tinha uma franja muito engraçada (maior que o resto do seu pelo) e parecia estar à espera de algo. Pegou nele para o aconchegar no seu colo e o pequeno coelho pareceu responder à manifestação de ternura com um ajeitar da cabeça de modo a que ela mais facilmente conseguisse fazer festas.
Decidiu levá-lo para casa. Levou 2 dias a preparar o quintal da sua casa de modo a poder deixar o coelhito (ou Charlot como lhe tinha decidido chamar) andar livremente por todo aquele espaço sem que nada lhe pudesse acontecer.
E desse dia em diante partilhava várias horas da sua vida com o pequeno coelho, falava com ele enquanto lhe fazia festas na cabeça (penteando-lhe com os dedos a franja), cantava para ele, alimentava-o e brincava com ele.
Houve uma primeira vez que o coelho desadaptado à sua nova situação fugiu. Joana ficou desolada, mas passado 1 dia o coelhito estava de volta.
Houve uma segunda vez que o coelho fugiu com medo do ambiente em seu redor. Sentia-se intimidado pelos gatos e cães das redondezas que o espiavam. Joana ficou tão triste que considerou a hipótese de se morrer de tristeza, mas Charlot voltou ao fim de 3 dias e tudo voltou ao normal.
Com o passar do tempo (e com o melhorar das coisas na sua vida) Joana foi descurando a relação que tinha com o pequeno Charlot.
Houve uma primeira vez que se esqueceu de o visitar durante mais de 3 dias. Quando se lembrou de tal foi a correr ter com o coelhito que estava já em sofrimento e pediu-lhe muita desculpa, prometeu que a partir desse dia nada daquilo voltaria a acontecer e pediu-lhe (entoando uma melodia melancólica) que melhorasse depressa. Felizmente Charlot, melhorou e voltou tudo a ser como era.
Houve uma segunda vez em que se esqueceu de ir ter com Charlot durante mais de 7 dias. Quando se lembrou de tal encontrou o coelho prostrado no meio do quintal com os olhos baços e uma respiração lenta e pausada que a assustou bastante.
Novamente pediu desculpa ao coelho pegando-lhe ao colo e cantando novamente a mesma melodia "promete-me que melhoras depressa".
Desta feita no entanto o coelho parecia não responder positivamente ao mesmo tratamento e por isso ela decidiu levá-lo rapidamente ao veterinário.
Após ter contado o historial da vida do pequeno coelho, o médico apenas lhe ripostou que já nada havia a fazer.
Joana foi para casa muito triste e prometeu que da próxima vez que arranjasse um coelhinho nunca mais se ia esquecer de tratar dele.
Passados 3 anos Joana decidiu que depois de ter visto morrer o Charlot 5, iria a partir daí escolher outro animal, não sabia ainda bem qual, mas tinha que ser mais atlético e resistente... talvez um cão... quem sabe.

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