Cansado, ele olhou atravvés da janela. Surpreso, notou que a paisagem não era a do costume. Como poderia isso ser? Ele não tinha saído do seu gabinete, não podia ter mudado a paisagem. Pôs-se de pé e abriu a janela. Não havia dúvida, a paisagem tinha mudado! Não reconhecia nada daquela vista que se lhe deparava. Já assustado, dirigiu-se para a porta do gabinete. Quando a abriu foi um novo choque. A porta não dava para o corredor do costume! Na verdade, não dava para corredor nenhum, só para uma imensidade onde não via nenhum ponto de referência, nada connhecido ou sequer remotamente reconhecível. No entanto, não podia deixar de sentir uma calma profunda, uma sensação de estar onde devia, uma sensação de verdadeiro descanso pela primeira vez em anos, perante aquela imensidade...
O funcionário da limpeza esfregava as mãos contrito enquanto explicava ao polícia: “Quando cheguei, já o velhote tinha morrido, tinha-se apagado sentado à secretária do seu gabinete...”
Tuesday, March 14, 2006
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1 comment:
é uma maneira de ver a morte...mas olha que morrer no trabalho não deve ser assim muito bom...para morrer que ao menos estejamos ao pé dos que gostam de nós...:S
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