Wednesday, February 22, 2006

Partida de Carnaval

Era carnaval e achei que devia pregar uma partida a um amigo.
Bom de facto estava a utilizar este argumento para levar a cabo uma pequena vingança há muito devida. Já era pelo menos a 4ª ou 5ª vez que quando saíamos à noite, o meu amigo Ronaldo (Ron como ele queria ser chamado) desrespeitando todas as regras da boa amizade, me roubava a miúda que eu queria. Sempre que sabia qual era a que eu tinha escolhido nessa noite, pimba, aí ia ele atirando todo o charme para cima dela e conseguia sempre dar-lhe a volta. Desta vez tinha decidido vingar-me... quer dizer pregar-lhe uma partidita de carnaval...
Fui até ao pequeno quiosque, junto à estação do metro, onde recepcionavam os anúncios para o jornal e usando toda a minha imaginação escrevi “OLÁ EU SOU O RON E GOSTAVA MUITO DE CONHECER OUTROS RAPAZES/HOMENS COM OS QUAIS PUDESSE FAZER RON RON, E MOSTRAR-LHES O GATINHO QUE HÁ EM MIM” de seguida escrevi o nº de telemovel do meu amigo Ron e entreguei o papel à rapariga que olhando para o texto que eu tinha escrito me olhou de alto a baixo, tentando tirar-me a pinta, ao mesmo tempo que me perguntava se o anúncio era para a secção de “convivios”. Depois de pagar à moça, fui para casa e esperei o resultado da minha partida.

Nos dia seguinte quando fomos sair à noite já o Ron apareceu com uma cara muito chateada e justificou-se dizendo que devia haver um “libelinha” qualquer que tinha o telemovel quase igual ao dele e que por engano tinha escrito o dele num desses anúncios de jornal, porque já era pelo menos a 9ª vez que lhe ligavam gajos a tentar combinar encontros com ele. Nessa noite ele nem sequer conseguiu roubar-me a miúda que eu tinha escolhido, acho que nem sequer conseguiu conquistar nenhuma - o gajo estava mesmo mal.
Nos dias seguintes as poucas vezes que o Ron apareceu, dizia sempre que nunca tinha imaginado que houvesse tanta “libelinha” desesperada, porque todos os dias recebia centenas de telefonemas.
Cada vez o fui vendo menos vezes até que passado cerca de 1 mês sem lhe pôr a vista em cima, lhe telefonei a combinar uma saída à noite, imaginando eu que o efeito da minha pequena partida já tivesse passado.
Quando à hora combinada o vejo entrar no café do Sr. Zé, confesso que não estava preparado para aquilo. Lá vinha ele, cabelinho pintado de louro, óculos escuros à moda a servir de travessão para prender o cabelo, camisinha às flores rosa e amarelas, calcinhas brancas, bem cintadas e sapatinhos a condizer, naquela altura pensei que só faltava mesmo começara a tocar o “Y.M.C.A. dos Village people”. O Ron chegou ao pé da malta e disse – “Olá passarinhos... vamos”...Moral da história ... nunca dês o teu telemovel a ninguém

1 comment:

player1331 said...

pois...às vezes os que menos parecem são aqueles que mais são... e os que mais parecem são os que mais são também...LOL não era suposto ser assim pois não? basicamente acho que o que pregou a partida apenas lhe fez um favor...afinal senão fosse o seu amigo...ele nunca teria descoberto a sua verdadeira..."vocação" :P