Wednesday, February 22, 2006

O vampiro

O vampiro escondeu-se mais cuidadosamente na penumbra que a esquina do edifício criava, esforçando-se por se tornar indetectável à luz do luar. Observou com gula o vulto humano que se aproximava, avaliando pelo tamanho a quantidade de sangue que iria beber. Infelizmente, tratava-se, evidentemente, de um idoso que não lhe iria dar muito alimento, mas como já não conseguia uma presa já há algumas noites pensou que mais valia pouco sangue do que nenhum sangue.
Quando o velhote passou pela esquina onde se escondia, deu um salto, agarrou-o e cravou-lhe os dentes no pescoço. De imediato sentiu que qualquer coisa não estava bem. Sentiu as forças a escaparem-se-lhe, como se tivesse sido envenenado. Fraco, caiu no chão, com a não-vida a escoar-se, a morte definitiva a tomar conta daquele corpo já tão antigo.
O velhote, fugiu a correr, tão depressa quanto conseguia, sem saber o que lhe tinha salvo a vida, o que o tinha livrado daquele monstro tão aterrorizador. Enquanto corria pensava para si mesmo: Bolas, se moresse esta noite não tinham servido de nada aquelas injecções de extracto de alho, que me custaram tanto a tomar, para retardar o envelhecimento.

2 comments:

O_Corrosivo said...

Pobre vamprio. Eu acho que esse vampiro estava na realidade a pedi-las porque hoje em dia andar a mordiscar pescoços sem pedir um certificado de saúde, com análises ao sangue, despistagem de hepatites, SIDA e doenças venéreas... é um risco muito grande

player1331 said...

realmente o vampiro estava numa onda de azar...ou então o velhote numa onda de sorte...difícil de dizer...no entanto percebo-o perfeitamente...eu cá também não gosto de alho :P