Monday, January 30, 2006

As nove portas

Todas as nove portas lhe pareciam iguais. Sabia, estava bem certo, de que uma delas conduzia ao Tesouro. Só não sabia o que seria esse Tesouro. Por outro lado sabia que outra delas conduzia para o exterior e que as restantes escondiam perigos imensos, desafios invencíveis.
Tinha que escolher! Caso contrário morreria de fome naquele átrio gigante onde nada se via para além daquelas nove portas. Por outro lado, se tinha que enfentar perigos, seria melhor fazê-lo enquanto ainda não se sentia enfraquecido pela espera e pela falta de nutrientes.
“Vamos lá ver” pensou para si “Deve haver uma escolha lógica, um modo racional de seleccionar qual a porta certa.”
Na verdade, ele nem tinha bem a certeza de qual a porta que queria abrir. A da saída, para se ver livre de novo? Ou a do tesouro, que tanta cobiça lhe suscitava? E se não conseguisse encontrar a saída depois de ter o Tesouro? Afinal, o Tesouro podia ser qualquer coisa... e jea tinha ouvido dizer que a Liberdade é o maior tesouro de um Homem...
Se ao menos se conseguisse lembrar porque porta tinha chegado, poderai eliminar essa, pois voltar para trás não lhe interessava. Mas elas eram todas tão semelhantes!
Enquanto rodava, indeciso, ouviu um estalido surdo que vinha simulaneamente de todas as direcções. Abriram-se sete das nove portas e entaram através delas sete monstros aterradores para o Hall onde se encontrava. Eram mais aterradores do que o pior que a sua imaginação alguma vez tinha concebido. Tentou correr para uma das duas portas que permaneciam fechadas mas sentiu-se agarrado por umas garras que o seguravam inexoravelmente.
Quando já sentia o pútrido hálito de uma das bestas... acordou daquele pesadelo tão desagradável.
Moral: Não se deve hesitar exageradamente quando se tem que escolher um caminho.

1 comment:

player1331 said...

às vezes exitar é a pior coisa a fazer...mas e daí agir sem pensar também não é muito melhor...