De onde estava conseguia vislumbrar aqueles que deviam ser os lábios mais apetitosos que alguma vez tinha visto. Carnudos, sensuais, pintados de um vermelho bem quente, muito bem delineados, intensos. A boca levemente entreaberta (como a de quem suga um liquido) deixava antever uns dentes de um branco imaculado, que se podia dizer que representavam a cereja no cimo do bolo. Pensou então - Sinto-me derreter, ...mas também ... podia morrer agora que já ia feliz.
E assim foi... a rapariga depois de ter acabado de beber a coca-cola, trincou delicadamente o cubo de gelo e apreciou cada segundo de frescura que este lhe proporcionou.
Os sete anões iam para casa, ao encontro da sempre jovem e eternamente bela Branca de Neve. Esta esperava-os pacientemente, com uma bela refeição que tinha acabado de confeccionar. Até o Zangado ia menos zangado pois era um dia solarengo, o trabalho não tinha sido muito árduo mas tinha sido compensador e tudo corria indescritivelmente bem. Espantado, o Sabichão parou, apontou para uma figura que passou por eles a correr muito depressa e exclamou: - Olhem, é o Gato das Botas! Porque irá a correr assim?... Antes que tivesse tempo de acabar a frase, um gigantesco pé do GIgante abateu-se sobre os anões, esborrachando-os todos sem escapar um.
Moral: Se virem pasar o Gato das Botas fugindo a correr, fujam ainda mais depressa do que ele.
Ela olhou para ele. Tinha um aspecto tão forte, e ao mesmo tempo tão suave... Não conseguia esperar por sentir a sua carícia, queria sentir o seu toque forte e firme. Estava apaixonada, não valia a pena resistir. Entrou na loja e comprou o sapato, saindo com ele já calçado.
Calmamente prostrou-se no solo aproveitando os raios de sol que enchiam as redondezas. Era o seu local favorito e ia ali sempre que podia. Adorava sentir o sabor das pequeníssimas gotas de água na boca e o melhor de tudo era o ruído da água a bater na água. Era reconfortante e relaxante o ruído daquela pequena cascata. Ali estava ele a aproveitar aquele momento perfeito e na tentativa de o tornar mais perfeito, pensou no que poderia melhorar e lembrou-se de como certas pessoas iriam logo afirmar que para ser ainda mais perfeito aquele momento exigiria um cigarro.
Com esta lembrança veio a memória de todos os seus amigos e familiares que tinham sofrido e morrido por causa desse mau hábito. Não conseguia entender o porquê, quando já tinha ali a perfeição. E mais ainda, não conseguia entender também quem além de fumar ainda por cima tentava levar os outro a fazê-lo. No meio de tudo isto distinguiu um ruído que apesar de familiar mexeu consigo, era uma mosca. Pronto estava tudo estragado, agora ia de certeza pôr-se para ali a esvoaçar e já não iria conseguir usufruir daquela paz. Tinha que fazer o que tinha que ser feito. Com alguma calma desviou o olhar para a trajectória da mosca e rapidamente a conseguiu apanhar. Não era das mais saborosas, mas já era qualquer coisa. Lançou-se à água e nadou para longe para ao pé dos seus companheiros, meditando ainda sobre a paranóia das pessoas que gostavam de ver um sapo a rebentar com um cigarro na boca.