O homem tropeçou no chão e bateu com a cara na terra húmida. “Raio de azar” - praguejou, indisposto pela continuada falta de sorte - “Só a mim...”
O jovem abriu, no quintal, o presente do pai e quedou-se, maravilhado, a contemplar o arco de tiro desportivo que lhe tinha sido oferecido. “Uau, um arco a sério” - pensou. - “Agora vou poder praticar tiro ao arco... Vou experimentar aqui no quintal onde não posso partir nada...”
O homem levantou-se, sempre praguejando entre dentes, e levantou os olhos para o Céu, dizendo com um olhar acusador “Porque me persegues? Tinhas que me fazer cair? É pedir muito que pares um bocadinho de me perseguir e que me deixes chegar limpo ao trabalho? Que mal te fiz eu?” Depois, lamentando-se enquanto prosseguia, acrescentou “O que eu não dava para poder voltar atrás cinco minutos e conseguir não cair para ficar limpo...”
O rapaz esticou o arco, sentindo o seu poder, a sua força, e ajustou uma seta apontando para o muro de betão onde o embate da seta não causaria grande dano. Deixou a seta partir e desiludido pensou - “Ainda tenho mesmo falta de pontaria” - enquanto a seta passava um bom metro acima do muro.
De repente o homem sentiu um tontura e viu-se de novo no lugar onde caíra, 20 metros atrás e só teve tempo para pensar “Sim, consegui, Ele ouviu-me, finalmente tive sorte!” antes que a seta, disparada pelo arco do rapaz, ainda pouco experiente, se viesse cravar na sua cabeça, no local em que esta não estaria se ele tivesse caído como inicialmente, matando-o instantaneamente...
Monday, October 29, 2007
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