Ele ouviu um chorar baixinho e olhou em volta. Depois de procurar um pouco encontrou-a escondida a chorar. Então chegou-se ao pé dela para ver se estava magoada e ver o que podia fazer, mas ela recusou-se a sair do seu esconderijo. Disse que tinha medo que lhe fizessem mal outra vez.
Ele, pacientemente, parou ao pé dela e explicou-lhe suavemente que era normal, que as coisas aconteciam assim, que às vezes o mundo era assim, que às vezes os outros magoavam-nos, fazia parte. Mas que não se podia ficar escondida à espera que a vida, tão curta por sinal, passasse por ela.
Entretanto ela parou de chorar, mas continuava escondida. Ele não vendo outra maneira começou a contar-lhe a sua história, as suas mazelas, as cicatrizes que tinham ficado e as tentativas em vão até conseguir fazer as coisas como deve ser. Como tinha ficado tantas vezes escondido e como lhe tinha custado a sair do seu esconderijo e seguir em frente.
Há medida que ele ia contando a sua história, viu que ela começava a mexer-se, irrequieta e cheia de vontade de sair.
Até que por fim ganhou forças e levantou-se e começou a andar. E ele sorriu pois pensou que tinha feito uma boa acção.
Quando o rapaz viu os dois bichos da conta finalmente a sairem do cantinho onde não lhes conseguia chegar, pegou em cada um deles e espetou-lhes um alfinete, todo contente por ter mais bichos para por no seu novo insectário.
Friday, September 12, 2008
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